Conto I
Pedro Pichaco ou Pedro Santos, como queiram, foi um folclórico esperancense cujos causos ainda povoam o imaginário local.
Esse primeiro conto que trazemos ao conhecimento do nosso público leitor, é de autoria do Dr. João Batista Bastos, Procurador do Município de Esperança e grande intelectual, um dos maiores civilistas da nossa região. Ele narra as suas lembranças do velho malandro, quando na sua infância aparecia aqui Pedro Pichaco, bem vestido...
“DISTRIBUINDO DINHEIRO PARA A MOLECADA
Não sei se posso, neste espaço, escreve uma das pequenas historias sobre Pedro Pichaco, quando de suas vindas a Esperança. Ele só aparecida aqui no final de ano, justamente na festa da padroeira. Pedro chegava com os bolsos cheios de dinheiro e bem vestido, engravatado.
Hospedava-se no hotel de seu Dedé. Sentava-se numa das mesas do bar, ficava rodeado de pessoas que gostavam de ouvir suas historias engraçadas.
Num desses momentos, perguntaram a Pedro:
- Você já foi preso durante muito tempo, em algum lugar do Brasil?
E este respondeu:
- Não, quando ia preso passava apenas alguns minutos, mas juntando tudo dá uns trinta anos de cadeia.
Pedro quando chegava em Esperança, vinha de carro alugado, tipo Cadilac. Era o carro do momento, naquela época. Saía da frente da Igreja até o Colégio, de carro, soltando dinheiro para a meninada que acompanhava correndo atrás. Ia e voltava mais de uma vez, jogando notas de 1 cruzeiro, bem novinhas. Dezenas de meninos corriam em busca das notas que voavam no meio da rua. Eu só não corria também, com medo de levar uma surra do meu pai.
Ele se divertia bastante com isso, dava risadas, olhando pelo retrovisor do carro. E quando perguntavam a ele, por que fazia isso? Se estava pagando alguma promessa? Respondia com um leve sorriso: - Deixa a meninada brincar!
João Batista Bastos (via e-mail)
Comentários
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentário! A sua participação é muito importante para a construção de nossa história.