Pular para o conteúdo principal

Matias Fernandes


Mathias Francisco Fernandes era filho do Capitão João Francisco Fernandes e D. Quitéria Clementina da Conceição, sendo seus avós João Francisco Fernandes e Maria da Conceição, residentes no Logradouro, divisa dos municípios de Esperança e Remígio.
Estabeleceu-se em Esperança (antiga Banabuyé) por volta de 1870, vindo da cidade de Areia, no ramo do comércio de tecidos. A sua mão benéfica forneceu cartas de apresentação para os comerciantes locais comprarem das praças da Paraíba (atual João Pessoa) e Recife, iniciando assim na atividade diversos comerciantes locais.
Era um homem culto e recebia dentro das possibilidades as principais publicações que vinham pelos Correios (jornais e mensários). Adepto da doutrina kardecista, assinava a revista espírita “O Reformador”, órgão oficial da Federação Espírita Brasileira. E realizava em sua própria residência sessões espíritas e convidava pessoas de boa reputação para participarem das reuniões, entre elas o historiador Irineo Joffily e o Cônego José Antunes Brandão. Para disseminar o seu conhecimento, fazia a permuta de livros doutrinários com as cautelas exigidas para a época.
Casado com a sra. Maria Gomes Pereira (dona Marica) e pai de Sebastião Francisco Fernandes e Hermínia Fernandes Bonavides (Minú), ambos funcionários dos Correios e Telégrafos. E de Graciano Espiridião, Maria Ester (Maroca), Estér (dona Niná, casada com Manuel Rodrigues de Oliveira, o primeiro prefeito de Esperança), Lídia (casada com Theotônio Cerqueira Rocha, adjunto de Promotor de Esperança), Berta (casada com Sebastião de Christo); e ainda José, Estanislau e Otávio Fernandes.
Transferiu suas residência para que as filhas pudessem estudar na escola da professora Ana Carolina de Paiva Lima, em Alagoa Nova. Mas permaneceu estabelecido em Esperança onde comparecia toda semana para acompanhar a marcha dos negócios e fazer a sua feira semanal aos sábados.
Rubrica de Mathias Francisco Fernandes
Presidiu o Conselho Municipal de Alagoa Nova (1894/1897) e participou ativamente da vida política daquela cidade.
Adoeceu de problemas intestinais que o levaram a óbito em 03 de maio de 1904. Mesmo existindo médico na cidade de Areia, preferiu tratar-se com a homeopatia.
Nesta cidade existe uma rua que fora denominada em sua homenagem, nas proximidades do antigo Forum.
Em nossas pesquisa não encontramos elementos para afirmar que o Major Mathias Fernandes tenha sido o pioneiro do espiritismo local, mas suas ideias certamente influenciaram diversas pessoas e a semente desta doutrina tenha renascido em outras mentes. Dentre elas, o nosso patrono Dogival Costa, que nos idos de 1950 passou a realizar reuniões na cidade, servindo a sua casa de centro espírita, vindo posteriormente a ingressar nos quadros da Maçonaria, através da Loja “Branca Dias” do Oriente de João Pessoa.

Rau Ferreira

Fonte:
a) Livros:
-         SALES, José Borges. Notícias sobre a trajetória de cearenses na Paraíba e paraibanos no Ceará. Expressão Gráfica e Editora: 2005, p. 146.
-         SALES, José Borges. Alagôa-Nova – Notícias para a sua história. Fortaleza Gráfica e Editora: 1990, p. 86/88 e 138.
      b) Mídia digital:
-         http://www.geae.inf.br/pt/livros/cronologia/crono03.html, acesso em 29/09/2010;
-         http://www.meusparentes.com.br/search/query/, acesso em 29/09/2010;  
Genealogia da Família Fernandes: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=48172205

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Afrescos da Igreja Matriz

J. Santos (http://joseraimundosantos.blogspot.com.br/) A Igreja Matriz de Esperança passou por diversas reformas. Há muito a aparência da antiga capela se apagou no tempo, restando apenas na memória de alguns poucos, e em fotos antigas do município, o templo de duas torres. Não raro encontramos textos que se referiam a essa construção como sendo “a melhor da freguesia” (Notas: Irineo Joffily, 1892), constituindo “um moderno e vasto templo” (A Parahyba, 1909), e considerada uma “bem construída igreja de N. S. do Bom Conselho” (Diccionario Chorográfico: Coriolano de Medeiros, 1950). Através do amigo Emmanuel Souza, do blog Retalhos Históricos de Campina Grande, ficamos sabendo que o pároco à época encomendara ao artista J. Santos, radicado em Campina, a pintura de alguns afrescos. Sobre essa gravura já havia me falado seu Pedro Sacristão, dizendo que, quando de uma das reformas da igreja, executada por Padre Alexandre Moreira, após remover o forro, e remover os resíduos, desco

Dom Manuel Palmeira da Rocha

Dom Palmeira. Foto: Esperança de Ouro Dom Manuel Palmeira da Rocha foi o padre que mais tempo permaneceu em nossa paróquia (29 anos). Um homem dinâmico e inquieto, preocupado com as questões sociais. Como grande empreendedor que era, sua administração não se resumiu as questões meramente paroquianas, excedendo em muito as suas tarefas espirituais para atender os mais pobres de nossa terra. Dono de uma personalidade forte e marcante, comenta-se que era uma pessoa bastante fechada. Nesta foto ao lado, uma rara oportunidade de vê-lo sorrindo. “Fiz ciente a paróquia que vim a serviço da obediência” (Padre Palmeira, Livro Tombo I, p. 130), enfatizou ele em seu discurso de posse. Nascido aos 02 de março de 1919, filho de Luiz José da Rocha e Ana Palmeira da Rocha, o padre Manuel Palmeira da Rocha assumiu a Paróquia em 25 de fevereiro de 1951, em substituição ao Monsenhor João Honório de Melo, e permaneceu até julho de 1980. A sua administração paroquial foi marcada por uma intensa at

Escola Irineu Jóffily (Inauguração solene)

Foto inaugural do Grupo Escolar "Irineu Jóffily" Esperança ganhou, no ano de 1932, o Grupo Escolar “Irineu Jóffily”. O educandário, construído em linhas coloniais, tinha seis salões, gabinete dentário, diretoria, pavilhão e campo para atividades físicas. A inauguração solene aconteceu em 12 de junho daquele ano, com a presença de diversos professores, do Cel. Elísio Sobreira, representando o interventor federal; Professor José de Melo, diretor do ensino primário estadual; Severino Patrício, inspetor sanitário do Estado; João Baptista Leite, inspetor técnico da 1ª zona e prefeito Theotônio Costa. Com a direção de Luiz Alexandrino da Silva, contava com o seguinte corpo docente: Maria Emília Cristo da Silva; Lydia Fernandes; Amália da Veiga Pessoa Soares; Rachel Cunha, Hilda Cerqueira Rocha e Dulce Paiva de Vasconcelos, que “tem dado provas incontestes de seu amor ao ensino e cumprimento de seus deveres profissionais”. A ata inaugural registrou ainda a presença do M

A menor capela do mundo fica em Esperança/PB

A Capelinha. Foto: Maria Júlia Oliveira A Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa " lugar onde primeiro se avista o sol ". O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Diz a história que no final do século passado houve um grande surto de cólera causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther (Niná) Rodrigues, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira (1925/29), teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal. Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à época, reconheceu a graça e concedeu as bênçãos ao monumento que foi inaugurado pelo Padre José Borges em 1º de janeiro de 1925. A pequena capela está erigida no bairro da Bele

A Pedra do Caboclo Bravo

Há quatro quilômetros do município de Algodão de Jandaira, na extrema da cidade de Esperança, encontra-se uma formação rochosa conhecida como “ Pedra ou Furna do Caboclo ” que guarda resquícios de uma civilização extinta. A afloração de laminas de arenito chega a medir 80 metros. E n o seu alto encontra-se uma gruta em formato retangular que tem sido objeto de pesquisas por anos a fio. Para se chegar ao lugar é preciso escalar um espigão de serra de difícil acesso, caminhar pelas escarpas da pedra quase a prumo até o limiar da entrada. A gruta mede aproximadamente 12 metros de largura por quatro de altura e abaixo do seu nível há um segundo pavimento onde se vê um vasto salão forrado por um areal de pequenos grãos claros. A história narra que alguns índios foram acuados por capitães do mato para o local onde haveriam sucumbido de fome e sede. A s várias camadas de areia fina separada por capas mais grossas cobriam ossadas humanas, revelando que ali fora um antigo cemitério dos pr