Na década de 1930, Silvino Olavo encontrava-se afastado do cenário jornalístico e literário paraibano por problemas de saúde. Mas não deixava de produzir os seus textos, que recebiam porém publicações esparsas.
Foi assim com o prefácio que fizera para o livro do seu confrade poeta, Leonel Coêlho (Misérias: 1936), onde escreveu: “Seus sontetos, em maioria, são híspidos, hostis, como espigões de pedra”.
E mais adiante, comentando o soneto “Branca Dias” sobre quem sopesara-lhe a amargura da inquisição, poema que fala em morte, crime, tragédia e assassinato, escreve:
“Feio? Sem arte! É um registro! Não há dúvida... Tudo o que narra o poeta é verdadeiro! É n'ua, é cr'ua a verdade, vasada em versos de forma tão torturante quanto os fatos em que se expurgam tantos espasmos com 'tanto horror perante os céus'”.
E ainda nos versos inéditos que se reuniram em uma única edição, por ocasião do seu Centenário Natalício:
“......... ......... ......... ......... ......... .........
Para cima; Rogai, já não sabemos!
O caráter, das luzes dos Jornais em que lemos
Em que, torturando-o, o seu nome não morre!
(...)” (Badiva, p. 112).
É verdade!... Em seus breves lampejos o vate esperancense punha-se a trabalhar!
Rau Ferreira
Fonte:
- MAURÍCIO, João de Deus. A vida dramática de Silvino Olavo. Ed. Unigraf, 1992, p. 63;
- COÊLHO, Leonel. Misérias. (Poemas trágicos). Pref. de Silvino Olavo. Imp. Of., João Pessoa/PB: 1936;
- OLIVEIRA, Marinaldo Francisco de (Org.) Badiva: poesias inéditas de Silvino Olavo. Esperança/PB: 1997, p. 112.
Comentários
Postar um comentário
Obrigado pelo seu comentário! A sua participação é muito importante para a construção de nossa história.