Pular para o conteúdo principal

Os cinemas de Esperança-PB



Esperança viveu o áurge dos cinemas. Esta arte, que está um pouco esquecida hoje em dia, já lotou salas de projeção por todo o país e fez a alegria de muita gente. Conheça os principais cinemas da cidade e sua história.




A nossa primeira experiência se deu com o Cine Ideal, uma iniciativa do Sr. Inácio Rodrigues de Oliveira. Passados alguns anos, ele encerrou as atividades e repassou todo o equipamento, dedicando-se exclusivamente ao seu ofício de Delegado de Polícia.
O Cine São Francisco, pertencente a seu Titico Celestino, sucedeu o Cine Ideal na Rua Manuel Rodrigues, vizinho ao Comercial Santa Terezinha, de seu Lita.
Inaugurado em 13 de maio de 1945 com a película “Sargento York”, contava com um sistema de som (que irradiava música para toda a cidade, especialmente música clássica) e de luz próprios. Mas exibia filmes em salas separadas, onde a segunda assistia as imagens invertidas, a preços populares. E assim permaneceu durante mais de duas décadas.
Na época as peças do equipamento vinham do Rio de Janeiro, mas isso nunca foi nenhum empecilho para seu Titico, que além de projetista era também mecânico, confeccionando também as peças de modo artesanal, quando o maquinário apresentava algum problema. Tudo isso para que não faltasse nenhuma exibição.
Mas o cinema também foi palco de grandes apresentações. Artístas como Cauby Peixoto, Núbia Lafayete, Luiz Gonzaga e Marinez promoveram seus show com muito glamour.
E assim permaneceu durante mais de duas décadas.
Em 31 de dezembro de 1959, era inaugurado o Cine São José, na Rua Manuel Rodrigues, onde atualmente é o Banco do Brasil, exibindo o filme “Ali-Babá e os 40 ladrões”.
As suas instalações eram super modernas, com sessões diárias e matinês aos Domingos. Os filmes vinham de Recife para Campina Grande, e as dificuldades para serem exibidas numa cidade pequena eram enormes, pois só podiam permanecer em cartaz por quinze dias.
Até o ano de 1966 foi administrado pelo Sr. José Pereira da Silva, quando então passou a pertencer ao grupo empresarial Luciano Wanderley, que dirigiu até junho de 1983, data em que foi arrendado a um senhor conhecido apenas por “Kodak”, da cidade de Sapé.
O Cine São José descerrou definitivamente suas portas em 1984, e foi demolido em 1987.
Nos anos 90 não tivemos cinema no termo técnico da palavra. Com a popularização do video-cassete, algumas pessoas passaram a projetar imagens através de uma lente de aumento colocada a frente de uma televisão e refletindo em uma tela de zinco. Estes funcionaram durante algum tempo mas se rederam ao sistema vídeo digital.
Hoje em nossa cidade não existe nenhuma sala de projeção, para a tristeza dos amantes da sétima arte.
No detalhe da foto, a fachada do antigos Cine São Francisco e São José.

Rau Ferreira

Fonte:
- Revista da Esperança, Ano I – Nº 02, Mar/ Maio de 1997, p. 36/37;
- Livro do Município de Esperança, Ed. UNIGRAF, 1985, p. 84.

Comentários

  1. saudade.uma vez puseram chiclete na cadeira e estragou a calça

    ResponderExcluir
  2. Os cinemas de Esperança eram as únicas opções de divertimentos para a população esperancense. O cine s. francisco, o mais antigo, realmente tinha um sistema de iluminação propria, com um serviço de altofalante (difusora)que sempre funcionava aos sábados, domingos e na quarta-feira. A população dispunha daquele serviço, para oferecer mensagens sonoras a quem desejasse. Também era a única opção para quem gostava de ouvir música, pois ninguém possuia aparelho de som em casa, apenas rádio.Antes da exibição dofilme, havia uma retreta, na calçada. Os jovens passeavam da esquina de Didi de Lita até a esquina da prefeitura (hoje é o INSS. Muitos casais, hoje,teem seus netos, frutos dos encontros naquela retreta, sempre aos domingos.

    Por/ João Batista Bastos

    ResponderExcluir
  3. Os cinemas de Esperança eram as únicas opções de divertimentos para a população esperancense. O cine s. francisco, o mais antigo, realmente tinha um sistema de iluminação propria, com um serviço de altofalante (difusora)que sempre funcionava aos sábados, domingos e na quarta-feira. A população dispunha daquele serviço, para oferecer mensagens sonoras a quem desejasse. Também era a única opção para quem gostava de ouvir música, pois ninguém possuia aparelho de som em casa, apenas rádio.Antes da exibição dofilme, havia uma retreta, na calçada. Os jovens passeavam da esquina de Didi de Lita até a esquina da prefeitura (hoje é o INSS. Muitos casais, hoje,teem seus netos, frutos dos encontros naquela retreta, sempre aos domingos.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Obrigado pelo seu comentário! A sua participação é muito importante para a construção de nossa história.

Postagens mais visitadas deste blog

A Pedra do Caboclo Bravo

Há quatro quilômetros do município de Algodão de Jandaira, na extrema da cidade de Esperança, encontra-se uma formação rochosa conhecida como “ Pedra ou Furna do Caboclo ” que guarda resquícios de uma civilização extinta. A afloração de laminas de arenito chega a medir 80 metros. E n o seu alto encontra-se uma gruta em formato retangular que tem sido objeto de pesquisas por anos a fio. Para se chegar ao lugar é preciso escalar um espigão de serra de difícil acesso, caminhar pelas escarpas da pedra quase a prumo até o limiar da entrada. A gruta mede aproximadamente 12 metros de largura por quatro de altura e abaixo do seu nível há um segundo pavimento onde se vê um vasto salão forrado por um areal de pequenos grãos claros. A história narra que alguns índios foram acuados por capitães do mato para o local onde haveriam sucumbido de fome e sede. A s várias camadas de areia fina separada por capas mais grossas cobriam ossadas humanas, revelando que ali fora um antigo cemitério dos pr

A menor capela do mundo fica em Esperança/PB

A Capelinha. Foto: Maria Júlia Oliveira A Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa " lugar onde primeiro se avista o sol ". O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Diz a história que no final do século passado houve um grande surto de cólera causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther (Niná) Rodrigues, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira (1925/29), teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal. Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à época, reconheceu a graça e concedeu as bênçãos ao monumento que foi inaugurado pelo Padre José Borges em 1º de janeiro de 1925. A pequena capela está erigida no bairro da Bele

Barragem de Vaca Brava

Açude Vaca Brava, Canalização do Guari (Voz da Borborema: 1939) Tratamos deste assunto no tópico sobre a Cagepa, mais especificamente, sobre o problema d’água em Esperança, seus mananciais, os tanques do Governo e do Araçá, e sua importância. Pois bem, quanto ao abastecimento em nosso Município, é preciso igualmente mencionar a barragem de “Vaca Brava”, em Areia, de cujo líquido precioso somos tão dependentes. O regime de seca, em certos períodos do ano, justifica a construção de açudagem, para garantir o volume necessário de água potável. Nesse aspecto, a região do Brejo é favorecida não apenas pela hidrografia, mas também pela topografia que, no município de Areia, apresenta relevos que propiciam a acumulação das chuvas. O riacho “Vaca Brava”, embora torrencial, quase desaparece no verão. Para resolver o problema, o Governador Argemiro de Figueiredo (1935/1940) adquiriu, nos anos 30, dois terrenos de cinco engenhos, e mais alguns de pequenas propriedades, na bacia do açude,

Uma noite de estrelas

  No último dia 03 de março foi à óbito Antônio de Pádua Torres. Compadre de dois de meus filhos, contraparente casado com minha tia Marizé. Ela falecida no dia 27 de setembro de 2019. Primeiro esperancense a ocupar o mais alto posto do Ministério Público, com assento na Câmara Criminal. Filho do agente fiscal Severino de Alcântara Torres e dona Corina Coêlho. Faria 81 anos no próximo dia 15 deste mês. Votos de pesar foram registrados pela prefeitura local, Câmara Municipal de Campina Grande, Academia de Letras de Campina Grande e a Ordem dos Advogados seccional campinense. Era um grande conhecedor da nossa história, mesmo porque dela participou ativamente. Em nossa cidade, trabalhou na antiga concessionária Chevrollet, que funcionava na rua do Sertão; foi Secretário de Administração na primeira gestão de seu Luiz Martins e, imaginem, ex-aluno do Seminário Propedêutico “Nossa Senhora das Graças”, organizado por Padre Palmeira (1957). Uma noite amanhecemos o dia ouvindo música e

História de Massabielle

Capela de Massabiele Massabielle fica a cerca de 12 Km do centro de Esperança, sendo uma das comunidades mais afastadas da nossa zona urbana. Na sua história há duas pessoas de suma importância: José Vieira e Padre Palmeira. José Vieira foi um dos primeiros moradores a residir na localidade e durante muitos anos constituiu a força política da região. Vereador por seis legislaturas (1963, 1968, 1972, 1976, 1982 e 1988) e duas suplências, foi ele quem cedeu um terreno para a construção da Capela de Nossa Senhora de Lourdes. Padre Palmeira dispensa qualquer apresentação. Foi o vigário que administrou por mais tempo a nossa paróquia (1951-1980), sendo responsável pela construção de escolas, capelas, conclusão dos trabalhos do Ginásio Diocesano e fundação da Maternidade, além de diversas obras sociais. Conta a tradição que Monsenhor Palmeira celebrou uma missa campal no Sítio Benefício, com a colaboração de seu Zé Vieira, que era Irmão do Santíssimo. O encontro religioso reuniu muitas