Pular para o conteúdo principal

Padre Zé, o pai da pobreza.


Nascido aos 18 dias do mês de novembro de 1897, filho do casal Júlio da Silva Coutinho e de Eusébia de Carvalho Coutinho, sobrinho de D. Santino Maia da Silva Coutinho, arcebispo de Alagoas, e afilhado do Monsenhor Odilon da Silva Coutinho, Vigário Geral da Arquidiocese da Paraíba e seu maior benfeitor.
Iniciou seus estudos no Colégio Nossa Senhora das Neves, na capital do Estado; fez o curso de Humanidades no Colégio Pio X e o Eclesiástico no Seminário Paraibano. Nesse período (1912 a 1920) participou da fundação do Jornal “O Lábaro” e da orquestra “Regina Pacis”, e criou uma espécie de cooperativa para ajudar os seminaristas pobres. Ordenou-se padre em 23 de março de 1920, na Catedral Metropolitana, e seguiu sua carreira religiosa sendo Capelão da Ordem Terceira, Vigário da Catedral Metropolitana, Capelão do Abrigo Jesus de Nazaré, oficiando também na Igreja de Nossa Senhora das Mercês.
Entre seus maiores feitos estão:
- o início da construção da Igreja de Santa Teresinha, no bairro do Roger;
- destacou-se no jornalismo com atuação marcante, chegando a dirigir o órgão católico “A Imprensa” em período difícil da nossa história;
- compôs os hinos de Nossa Senhora das Neves e de Santa Teresinha, e a Novena em homenagem a Nossa Senhora do Carmo, além de diversas valsas, maxixes e dobrados;
- apresentou por muitos anos, na Rádio Tabajara AM, o programa “vinte e cinco minutos com o padre Zé”.
Monsenhor Coutinho foi o pioneiro na promoção humana, tendo fundado a 19 de março de 1935 o “Instituto São José”, o qual dirigiu até seu falecimento, tornando-se conhecido como o “Pai da Pobreza”. Nos últimos anos, já de idade avançada, saia em sua cadeira de rodas para angariar fundos para as suas obras sociais.
Cidadão benemérito de mais de 40 municípios, faleceu no dia 5 de novembro de 1973, e o seu sepultamento foi um dos mais concorridos do nosso Estado.
No ano de 1997 comemorou-se na Capital do Estado o centenário do seu nascimento, com vasta programação, entre elas: sessões solenes na Câmara Municipal de João Pessoa e na Assembléia Legislativa, e a homenagem da Ordem Terceira do Carmo em reconhecimento aos seus quase 30 anos de vida sacerdotal. Na oportunidade, foi lançado no Instituto São José a 2ª Edição do livro “Meu Depoimento Sobre o Padre Zé”, do historiador Humberto Nóbrega, reeditado pela UFPB.

Rau Ferreira

Fonte:
- Folheto de celebração dos “100 Anos do Pe. Zé”, Governo do Estado da Paraíba, texto: Graça Coutinho, 1997;
- Site "Caminheiros em Notícias"
disponível em http://www.casadocaminho-embu.org.br/arquivos/jornal/7ed/padre.html, acesso em 06/09/09.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Pedra do Caboclo Bravo

Há quatro quilômetros do município de Algodão de Jandaira, na extrema da cidade de Esperança, encontra-se uma formação rochosa conhecida como “ Pedra ou Furna do Caboclo ” que guarda resquícios de uma civilização extinta. A afloração de laminas de arenito chega a medir 80 metros. E n o seu alto encontra-se uma gruta em formato retangular que tem sido objeto de pesquisas por anos a fio. Para se chegar ao lugar é preciso escalar um espigão de serra de difícil acesso, caminhar pelas escarpas da pedra quase a prumo até o limiar da entrada. A gruta mede aproximadamente 12 metros de largura por quatro de altura e abaixo do seu nível há um segundo pavimento onde se vê um vasto salão forrado por um areal de pequenos grãos claros. A história narra que alguns índios foram acuados por capitães do mato para o local onde haveriam sucumbido de fome e sede. A s várias camadas de areia fina separada por capas mais grossas cobriam ossadas humanas, revelando que ali fora um antigo cemitério dos pr

A menor capela do mundo fica em Esperança/PB

A Capelinha. Foto: Maria Júlia Oliveira A Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro está erigida sob um imenso lajedo, denominado pelos indígenas de Araçá ou Araxá, que na língua tupi significa " lugar onde primeiro se avista o sol ". O local em tempos remotos foi morada dos Índios Banabuyés e o Marinheiro Barbosa construiu ali a primeira casa de que se tem notícia no município, ainda no Século XVIII. Diz a história que no final do século passado houve um grande surto de cólera causando uma verdadeira pandemia. Dona Esther (Niná) Rodrigues, esposa do Ex-prefeito Manuel Rodrigues de Oliveira (1925/29), teria feito uma promessa e preconizado o fim daquele mal. Alcançada a graça, fez construir aquele símbolo de religiosidade e devoção. Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, Bispo da Paraíba à época, reconheceu a graça e concedeu as bênçãos ao monumento que foi inaugurado pelo Padre José Borges em 1º de janeiro de 1925. A pequena capela está erigida no bairro da Bele

Mercês Morais - Miss Paraíba 1960

  Esperança-PB sempre foi conhecida por ser uma cidade de gente bonita, e moças mais belas ainda. A nossa primeira Miss foi a Srta. Noêmia Rodrigues de Oliveira, vencedora do concurso de beleza realizada no Município em 1934. Segundo o Dr. João Batista Bastos, Advogado local: “ Noêmia era uma mulher de boa presença, vaidosa, elegante e bonita ”. Ela era filha de do Sr. Manoel Rodrigues de Oliveira e dona Esther Fernandes. Entre as beldades, a que mais se destacou foi a Srta. Maria das Mercês Morais, que após eleita em vários concursos na Capital, foi escolhida “Miss Paraíba de 1960”, certame esse promovido pelos Diários Associados: “ Maria Morais, que foi eleita Miss Paraíba, depois de um pleito dos mais difíceis, ao qual compareceram várias candidatas do interior. Mercês representa o Clube Astréa, que vem, sucessivamente, levantando o título da mais bela paraibana, e que é, também, o ‘mais querido’ do Estado ” (O Jornal-RJ, 29/05/1960). “ Mercês Morais, eleita Miss Paraíba 196

Genealogia da família DUARTE, por Graça Meira

  Os nomes dos meus tios avôs maternos, irmãos do meu avô, Manuel Vital Duarte, pai de minha mãe, Maria Duarte Meira. Minha irmã, Magna Celi, morava com os nossos avós maternos em Campina Grande, Manuel Vital Duarte e Porfiria Jesuíno de Lima. O nosso avô, Manuel Vital Duarte dizia pra Magna Celi que tinha 12 irmãos e que desses, apenas três foram mulheres, sendo que duas morreram ainda jovens. Eu e minha irmã, Magna discorríamos sempre sobre os nomes dos nossos tios avôs, que vou colocar aqui como sendo a expressão da verdade, alguns dos quais cheguei eu a conhecer, e outras pessoas de Esperança também. Manuel Vital e Porfiria Jesuíno de Lima moravam em Campina Grande. Eu os conheci demais. Dei muito cafuné na careca do meu avô, e choramos sua morte em 05 de novembro de 1961, aos 72 anos. Vovó Porfiria faleceu em 24 de novembro de 1979, com 93 anos. Era 3 anos mais velha que o meu avô. Nomes dos doze irmãos do meu avô materno, Manuel Vital Duarte, meus tios avôs, e algumas r

Dom Manuel Palmeira da Rocha

Dom Palmeira. Foto: Esperança de Ouro Dom Manuel Palmeira da Rocha foi o padre que mais tempo permaneceu em nossa paróquia (29 anos). Um homem dinâmico e inquieto, preocupado com as questões sociais. Como grande empreendedor que era, sua administração não se resumiu as questões meramente paroquianas, excedendo em muito as suas tarefas espirituais para atender os mais pobres de nossa terra. Dono de uma personalidade forte e marcante, comenta-se que era uma pessoa bastante fechada. Nesta foto ao lado, uma rara oportunidade de vê-lo sorrindo. “Fiz ciente a paróquia que vim a serviço da obediência” (Padre Palmeira, Livro Tombo I, p. 130), enfatizou ele em seu discurso de posse. Nascido aos 02 de março de 1919, filho de Luiz José da Rocha e Ana Palmeira da Rocha, o padre Manuel Palmeira da Rocha assumiu a Paróquia em 25 de fevereiro de 1951, em substituição ao Monsenhor João Honório de Melo, e permaneceu até julho de 1980. A sua administração paroquial foi marcada por uma intensa at